segunda-feira, 21 de setembro de 2009

19 de Setembro
Procura de gambuzinos

Mais um belo passeio estava prestes a iniciar.
O dia começou às 9 e pico em S. Félix da Marinha, o nosso ponto de encontro. Decas, xiwawa, cmaru, caixeiro_viajante, rmdferreira, crmbarbosa, lilas e fantas prontos para mais uma aventura. Hoje era véspera de dia de festa e decidimos ir passear. E porque não irmos à Lousã? Um sítio tão natural, um dos poucos onde ainda se consegue respirar ar puro!!! ;)
O primeiro destino foi Gondramaz. A minha última cache colocada e que me deu imenso prazer a criar. É uma aldeia linda, de xisto, totalmente recuperada, muito bem cuidada e com algumas particularidades interessantes. Já viu alguma vez um cão (de pedra) à porta de uma casa, acorrentado??? Hummm?? Vá a Gondramaz e vê. A aldeia continua perfeita e desta vez já me foi possível falar com a dona do restaurante que fica mesmo ao lado da cache para que, no caso de ser necessário fazer manutenção, ela possa dar uma ajuda. Aproveitei para lhe explicar de que se tratava o "jogo" e ela ficou muito contente com o facto de darmos a conhecer Gondramaz ao mundo. E como geocachers são pessoas de bem, são sempre bem vindos. Ficou também alertada dos métodos de abordagem ao local para que não sinta que algo de estranho se passa por ali.
Demos um bom passeio pela a aldeia e depois seguimos até à Lousã. O destino escolhido foi a "Rota dos Moinhos D'Agua [Lousã]". Ora bem... Até seria interessante se os GPS não tivessem ficado todos baralhados e os donos deles também. =D
Hahahahahahaha. Não imaginam o filme... Fomos dar a este magnífico local:


Muito bem até aqui. E então de que andamos à procura afinal? Da cache "Rota dos Moinhos D'Agua [Lousã]". Hummm... estranho... isto não se parece nada com as fotos. Deixa ler a dica: ups, não tem. Então alguém chegou à conclusão que estávamos à procura de uma outra cache, cuja dica era: "É necessário entrar no abrigo mas a cache está do lado de fora, apesar de forma relativamente acessível. Se tem vertigens, como medida de segurança peça a alguém para lhe segurar as pernas e procure por fora, entre as duas janelas."
Vou abreviar muito a história para que não fique já enjoado outra vez: andámos cerca de 1h à procura de gambuzinos. Porquê? Estávamos a 400m da cache que queríamos procurar e com a dica da outra que íamos fazer a seguir. Digam-me que isto não é um autêntico filme. Desculpem-me meus amigos, mas tenho de começar a levar o meu GPS. Também me pode deixar doido, mas pelo menos sei que foi ele que me enganou ;)
Adiante... Depois de uma hora infindável de buscas no local alguém teve a brilhante ideia de dizer vamos almoçar. De barriga cheia pode ser que se faça PLIMMMM.

Found itRota dos Moinhos D'Agua [Lousã]
[#347] (Traditional Cache)

Agora sim. Posso fazer uma descrição da primeira (segunda do dia) cache a que fomos ;) Lá vínhamos nós de Gondramaz até ao sítio proposto para estacionamento. Mesmo em frente a um castelo (que não visitamos por falta de tempo).


Achamos algo estranho por ali. Estava uma senhora a colocar estrategicamente algumas mensagens por ali. Pensámos que fosse uma geocacher, mas não poderia ser, a não ser que fosse muito despistada, ou se estivesse a colocar uma cache (o que duvidava). Afinal, a senhora estava a preparar um peddy paper. Mais ao longe umas mesinhas onde se previa haver um belo de um almoço. Mas quem seriam? E o que seria aquilo afinal?
Abordámos o local por um miradouro. Estivemos um pouco a conversar por lá e a decidir qual a erstratégia a utilizar para abordar o GZ. Reparamos que haviam uns pequenos trilhos e que desciam aquela enconta magnífica. "Vamos por ali???" - Parece que sim. E pronto... lá fomos uns atrás dos outros até que chegamos ao local de procura dos gambuzinos. Tal como descrevi anteriormente, acabamos por, ao fim de uma hora de buscas, almoçar. Estávamos a começar quando avistámos 2 jovens que andavam por ali a caminhar. Achamos um pouco estranho porque nos pareciam geocachers mas, como não vinham com aparelhos na mão, ficamos meio na dúvida e não perguntámos sobre isso. Fizemos com eles uma previsão do que nos esperava e depois da barriguinha cheia voltamos ao ataque. (Depois viemos a confirmar que aquele simático casal eram 2 geocachers ;))


Ora, tal como dizia na página da cache, passámos o rio inúmeras vezes. Ora para uma margem, ora para a outra, sempre por pequenas pedrinhas que se mantinham secas (felizmente para nós). Tivemos também a sorte de o riacho não ter muito caudal. A paisagem era maravilhosa e completamente natural. Não se via lixo nenhum nem a habilidosa mão do homem em qualquer estrutura. É o que eu costumo chamar de um paraíso natural. Sem lixo, sem grafittis, sem pontes, sem buracões, sem árvores massacradas... Nada. Fiquei muito admirado.


O local final foi realmente uma surpresa. Um antigo moinho, numa clareira, onde a vista era impressionante e nos fazia sentir pequeninos. Sobre o moinho havia uma árvore caída, mas com um aspecto de que já tinha caído há muitos muitos anos... Era frondosa e vivaça. Foi muito fácil encontrar a cache (depois de acertarmos com as coordenadas) e fiquei com uma excelente impressão do local. Parabéns ao owner.

Found itThe Mountain Shrine [Lousã]
[#348] (Traditional Cache)

Estava agora na hora de abordar a segunda cache, a tal da dica... ;)
Voltamos a passar o rio de margem para margem até chegarmos de novo ao miradouro. Em frente ao castelo já se encontrava um grupo, o tal que deveria ir fazer o peddy paper. Mas alguém me alertou para um facto: "Já reparaste que têm muita publicidade ao BPI? Chapéus, polos..." E aí fez-se um clique. A Madalena (uma colega de trabalho) tínha-me dito que iria fazer uns jogos tradicionais para a serra da Lousã. Nunca me passou pela cabeça que fosse através do grupo desportivo. E, pura das coincidências, tinham ido para ali também. Foi uma questão de a procurar e... lá estava ela. Falamos um pouco mas nós estávamos em contra-relógio para a viagem de volta.


O GZ desta cache jé o tínhamos avistado do miradouro. Só pode ser ali, diziamos nós. E as suspeitas confirmaram-se mais tarde. Reparámos que havia um caminho branco, marcado com estilo de fortaleza até ao abrigo. Percorremos com os olhos o caminho até que percebemos que a nossa caminhada ia começar na piscina fluvial. Mas e se tentássemos levar o carro até lá baixo para depois não termos que subir? Valeu a pena tentar, mas a verdade é que não conseguimos lugar e tivémos de voltar a deixar o carro junto à muralha do castelo.


Fomos descendo, descendo, descendo até que chegamos ao patamar do estacionamento. Agora sim reconheci algumas das fotos que estavam disponíveis nas páginas das caches ;) Mas a caminhada em direcção à cache já era de outro tipo e começamos a subir ;) Lá no cimo vimos uma capelinha (que também não fomos visitar, desta vez por preguiça). E fomos sempre seguinto caminho até ao tal abrigo. A meio reparamos numa roldana onde estava pendurado um caixote de metal... De um lado a outro estava um cabo de metal suspenso. Para que seria aquilo?


Finalmente chegamos ao tal abrigo. Ao centro estava uma mesa. Fez-nos lembrar uma daquelas mesas de sacrifício ;) Este local já não estava tão cuidado como o anterior. Basta que seja mais conhecido e mais acessível ao público que... pronto!!! Enfim. A cache foi também muito simples de encontrar. E vertigens? Que exagero... pode haver quem tenha com aquela altura, eu não duvido mas... Está muito acessível, principalmente da janela do lado esquerdo. E como não podia deixar de ser, tiramos umas fotos e... truclas! Está na hora de voltar. Agora vou mostrar um pouco do espaço por onde passámos:


Estas são as casas de banho. As da esquerda no patamar de cima e as outras no de baixo (as abertas ao público).


De volta ao patamar de cima pudemos apreciar o alpendre do que parecia ser uma residência, um bar ou um centro de exposições.


A foto do lado esquerdo corresponnde à "fonte da esperança". Esta água devia ser distribuída por muita gente, principalmente os que passam por dificuldades para que sentissem algum alento na sua vida (Força para todos).
A fonte tem também uma boa vista para o castelo.


Junto ao estacionamento tínhamos, um restaurante, uma ponte, um moínho, chafarizes e uma piscina fluvial. Tudo imagens que podiamos ter apreciado logo nas páginas das caches. O local é muito simpático e acolhedor. Só à vinda embora é que reparei num pormenor: "Ahhh... Foi nesta piscina que eu andei à muitos e muitos anos". Como costumava ficar em casa dos meus avós, em Coimbra, no verão, por vezes vínhamos para aqui relaxar e disfrutar da piscina. Claro que na altura tudo parecia um pouco maior mas ainda bem que me vieram à memória estas recordações. Pura nostalgia.



Found itTalasnal
[#349] (Traditional Cache)

Próxima paragem: Talasnal. Só me lembrava de taj mahal... nunca acertava com o raio do nome.


A aldeia confunde-se com o fraguedo encrespado. As casa de xisto empoleiram-se nos rochedos sem necessidade de outra função. A madeira de toda a construção é o castanho oriundo dos muitos soutos da região, que ainda hoje é a árvore ex-libris desta zona montanhosa, a par com o carvalho e o sobreiro cada vez mais raro. São o que resta da outrora densa floresta lusitana. Os telhados cobrem-se de ancestral telha canuda (dita serrana), por sua vez protegida dos fortes ventos de Inverno, com pesadas placas de xisto resultantes da compressão dos movimentos tectónicos e chamadas lousas.


É uma aldeia muito simpática e mais uma das aldeias de xisto que existem por estas bandas. A sua organização é muito diferente da de Gondramaz mas não perde a beleza. Achei curioso o promenor dos desenhos nas portas, maioritariamente aves, e no sino à porta de uma casa, com um elefante ;)


Esta cache ainda nos deu bastante luta. O primeiro ponto foi chegar o sítio de estacionamento. Foram cerca de 4km por umas estradelas em terreno irregular que apenas se fariam tranquilamente de Jeep. Já estávamos cansados de andar aos trambolhões dentro do carro ;) Depois de estacionarmos reparamos que estávamos numa das entradas da aldeia. A vista dali era lindíssima. E então fomos caminhando pelas pequenas ruelas e becos na direccção que os GPS nos indicavam.


E foi numa certa zona que paramos a pensar... "Uiiiii, como é que vamos para ali???"
Não vimos outra maneira que não fosse atravessar a enorme parede de silvas que estavam prontinhas para nos receber. E que desafio. Só estaríamos bem ali de catana. No entanto, e como toda a gente sabe, é na volta que se descobre sempre o melhor caminho, não é verdade? Depois de abrirmos caminho até a cache reparamos que por ali seguia um muro e que nos levaria certamente a alguma parte da aldeia. E assim foi. Uns pequenos becos conduziam àquela zona. Nunca imaginaríamos tal coisa.


E foi assim que terminou mais um dia de passeio pois ainda tínhamos uma viagem simpática pela frente.